quinta-feira, 31 de março de 2011

Socialização

É através do processo de socialização que os indivíduos são preparados para participar dos sistemas sociais a partir da compreensão dos símbolos, dos sistemas de idéias, da linguagem e das relações que constituem os referidos sistemas. Esses elementos são aceitos pelos indivíduos como sendo naturais (JOHNSON, 1997). A socialização é um processo permanente na vida dos indivíduos – tanto no momento em que esses adquirem novos papéis na vida social como quando eles se ajustam à perda de papéis sociais antigos. É por meio do processo de socialização que os sistemas sociais se perpetuam e funcionam eficazmente, na medida em que os indivíduos desempenham os seus papéis sociais mediante a incorporação de valores e padrões sociais vigentes numa determinada sociedade. A educação é um dos vastos campos dos processos de socialização, mas, na teoria sociológica de Weber, há uma confluência dos dois termos, porque o autor não a restringe à instrução, à instituição escolar. Com essa abordagem, Weber conseguiu compreender a especificidade dos diferentes sistemas educacionais. Contribuiu, também, para incrementar as abordagens dos sociólogos da educação ao focalizar os diferentes sistemas que desenvolvem a socialização dos indivíduos. Dessa forma, o autor examinou o processo educativo em espaços não-convencionais, ou seja, fora da escola, tal como foi descrito em relação à educação religiosa dos católicos e dos protestantes em A Ética. A abrangência de sua abordagem o levou a considerar como agentes educativos os sacerdotes, os pais, os guerreiros, os filósofos, os literatos chineses, etc. Convém ressaltar que o autor também analisou a educação em espaços convencionais, na sua abordagem da educação dos literatos chineses e nos seus escritos sobre a universidade. Nestes, explicitou, inclusive, o comportamento ideal do docente, enfatizando que a universidade não é o lugar adequado para esse profissional expor seus pontos de vista. Segundo ele, a atribuição destes pressupunha apenas o reconhecimento dos fatos, mesmo os que fossem desagradáveis. Na esfera pedagógica, o professor não devia fazer julgamentos. Dessa forma, Weber acreditava ser possível evitar que os preconceitos tomassem conta da formação dos alunos. Partilho da avaliação de Lerena (1983) e de King (1980) ao afirmar que os sociólogos da educação têm uma dívida com Weber por não considerarem que ele possui a mesma importância que os outros clássicos da Sociologia. A seguir destacarei alguns aspectos analisados pelos referidos autores que ilustram essa afirmação. Para Lerena (1983), a dívida que os sociólogos da educação têm com Weber refere-se ao fato de suas reflexões não serem incluídas no âmbito de sua Sociologia da cultura. Conforme mencionei anteriormente, partilho dessa interpretação do autor ao considerar que Weber procurou compreender o significado característico da cultura ocidental([1]) e que as suas reflexões sobre a educação se inserem nessa temática. Cultura e educação são analisadas por Weber como mecanismos que contribuem para manutenção de uma situação de dominação – seja mediante o costume, a dominação tradicional, o aparato racional-legal, a dominação burocrática, ou pela influência pessoal, dominação carismática. Em síntese, concordo com a explicação de Lerena (1983) ao considerar que as formulações de Weber sobre a educação não são meras alusões genéricas ao tema e, sim, constituem-se em ilustrações de uma teoria da educação, e essa se relaciona com a sua Sociologia da Cultura e com sua Sociologia da Política. O enfoque dado por Ronald King (1980) sobre a importância da teoria sociológica de Weber em estudos sobre a educação, tanto no que se refere à pertinência de utilizá-la em sua perspetiva micro como também em sua perspectiva macro, complementa, a meu ver, a interpretação de Lerena (1983). Em relação à primeira dimensão, King (1980) destaca as contribuições de Weber sobre os tipos de autoridadee os tipos de educação. Mas, é valendo-se da conexão dessa perspectiva micro de análise com a perspectiva macro – principalmente o método comparativo utilizado por Weber – que King destaca a pertinência da utilização deste autor em estudos sobre a educação. Ressalta que os tipos-ideais de educação discriminados por Weber devem ser empregados em consonância com o método de análise do autor – com propósitos comparativos. King reconhece que a grande contribuição da Sociologia Compreensiva está em negar as explicações totalizantes da realidade, ou seja, a realidade individual adquire significado individual. A adoção dessa perspectiva de análise em estudos sobre a educação é muito relevante por possibilitar a abordagem das intenções subjetivas dos diferentes atores envolvidos no processo educativo, contudo, sem se ter a pretensão de esgotar a realidade. Isso porque a realidade só é compreensível quando articulada com o significado subjetivo atribuído pelos indivíduos. Dessa forma, King valorizou explicitamente o individualismo metodológico proposto por Weber e a importância das idéias na causalidade social. ([1]) O próprio Weber explicitou o seu interesse nesse campo de trabalho na Revista Archiv fur Soziawissenschaft und Sozialpolitik ao mencionar que as suas formulações teóricas dizem respeito à “exportação científica do significado cultural da estrutura sócio-econômica da vida comunitária bem como sua forma de organização histórica” (WEBER, 1971, p.23).

Teoria do conhecimento

Teoria do Conhecimento

A Filosofia é um propósito do espírito humano para chegar a uma concepção do Universo mediante a autoreflexão sobre suas funções valorativas teóricas e práticas. Ela é uma percepção racional do Universo, é uma busca dos seus princípios e suas causas. Ela visa a moral, a arte, a ciência, a religião.

Embora a Religião pretenda o conhecimento total do Universo, a sua forma de enfoque é bem diversa da Filosofia, posto que a religião pretende este conhecimento pela fé, pela revelação, ao passo que a Filosofia o pretende pela razão.

O estudo filosófico pode ser encarado ou dividido pelas teorias seguintes:

1) Teoria da Ciência - conduta teórica do conhecimento científico.

2) Teoria dos Valores - da conduta prática. Os valores éticos, religiosos e estéticos.

3) Teoria da concepção do Universo.

O que vai nos interessar é a Teoria da Ciência, que podemos dividir em Formal e Material.

Formal é a Lógica, a correção formal do pensamento, a concordância dele consigo mesmo, responderia à pergunta: "É o pensamento correto?"

Material é a Teoria do Conhecimento. Também chamada de Epistemologia ou Gnoseologia. Procura ver a certeza do conhecimento. Responde às perguntas "Existe concordância do pensamento com o seu objeto? Até que ponto o Sujeito apreende o Objeto? É o pensamento verdadeiro?"

A Teoria do Conhecimento só aparece de forma autônoma a partir de John Locke, e, podemos dizer que chega ao seu ápice com Kant, com sua obra "Crítica da Razão Pura".

Mas, afinal o que é o Conhecimento?

Podemos encará-lo por um prisma psicológico, que investiga o processo psíquico do conhecimento. Se o observarmos pelo método fenomenológico, que estuda o fenômeno do conhecimento, vamos ver a essência desse fenômeno, a relação dual entre o Sujeito cognoscente e o Objeto conhecido em si, e a imagem do Objeto que chega ao Sujeito.

Se observarmos o Conhecimento apenas do ponto de vista do Sujeito cairemos no chamado Psicologismo, nos restringimos ao fenômeno apenas quanto ao processo psicológico.

A imagem do Objeto deve retratar verdadeiramente o Objeto. Qual a concordância existente entre o Objeto e sua imagem? Se nos apegarmos apenas a este prisma teremos o que chamaríamos de Logicismo.

Por outro lado se nos restringirmos apenas a explicar o fenômeno do conhecimento pelo estudo do Objeto, encontrando nele toda a explicação do mesmo, cairemos no Ontologismo, exagero na interpretação do ser fora do Sujeito cognoscente.

Vemos, portanto, que nem a psicologia, nem a lógica, nem a ontologia explicam sozinhos o fenômeno do conhecimento.

Ele deve, pois, ser visto por uma explicação filosófica, a esta teoria alguns deram o nome de Gnoseologia, Epistemologia, ou ainda, Teoria do Conhecimento.

Para fazermos o seu estudo, tentaremos responder a cinco perguntas fundamentais:

1.- Pode o Sujeito apreender realmente o Objeto? Qual a possibilidade do Conhecimento?

2.- O homem sendo um ser intelectual ou espiritual e ao mesmo tempo um ser sensível, de um lado a razão e do outro o experimento, qual deles é a fonte? Qual a origem do Conhecimento?

3.- Havendo a relação entre o Sujeito e o Objeto, quem determina a relação, o Sujeito ou o Objeto? Qual é a essência do conhecimento?

4.- O Sujeito apreende apenas o Objeto pela razão, pela dedução? A intuição, o conhecimento intuitivo existe? Quais são, pois, as formas do Conhecimento?

5.- E, finalmente, um último problema: há um Conhecimento verdadeiro? Como distinguir o Conhecimento falso do verdadeiro? Qual o critério para determinar a separação entre o falso e o verdadeiro? Qual o critério do Conhecimento?

Neste trabalho nos restringiremos a discutir a primeira pergunta: É possível o Conhecimento? Existe efetivamente a Possibilidade do Conhecimento? Este tema é importantíssimo para as posições filosóficas do Rito Moderno, razão porque nos ateremos a ela.

Várias são as doutrinas existentes.

Vejamos primeiro o DOGMATISMO.

A palavra dogma, na Grécia, começou a ser usada como doutrina fixada, como decreto, como opinião aceita.

Atualmente, emprega-se o termo no sentido de afirmação sem justificativa lógica, fundada em autoridade civil, cultural, científica, militar ou religiosa.

O dogmatismo afirma que o Conhecimento é possível, posto que existe o contato real entre o Sujeito e o Objeto, e este contato torna o Conhecimento como exato, como verdadeiro. Não há dúvidas quanto a possibilidade do Conhecimento.
A primeira posição do homem, histórica e psicologicamente, é dogmática, é o homem ingênuo, é a criança. Tudo que o homem vê, sente e pensa é verdadeiro.

O problema estudado pela Epistemologia não existe para o dogmático, e que como problema filosófico só vai aparecer com os Sofistas.

Como teoria oposta ao dogmatismo temos o CEPTICISMO OU CETICISMO, quando afirma a impossibilidade do Conhecimento, para ele não há o contato real entre o Sujeito e o Objeto, o Sujeito não tem condições de apreender o Objeto.

Deste modo, o céptico defende que o homem deve se abster de todo o julgamento, pois não há juízo verdadeiro. Esta posição tem origem com Pirron de Elis, é chamada de cepticismo radical, geral ou universal.

Contudo o cepticismo absoluto se contradiz, pois no momento em que afirma a impossibilidade do Conhecimento, expressa um juízo, emite um julgamento, ora, diz conhecer.

O cepticismo pode ser no entanto parcial, atingindo apenas um campo do Conhecimento humano, podendo ser ético (como o de Montaigne), pode ser teórico, sendo metafísico(como o positivismo de Augusto Comte), religioso (como o agnosticismo de Herbert Spencer), pode ser metódico (como a dúvida de Descartes).

É também intitulado de cepticismo acadêmico, a doutrina chamada de probabilismo, pregada por Arcesilao e Carneades, que afirma não ser possível o conhecimento total, verdadeiro, em qualquer campo do Conhecimento, posto que nunca podemos ter certeza, mas sim que parece ser, que é provável.

Ainda, dentro do âmbito do cepticismo, não chegando aos seus extremos, estão o subjetivismo e o relativismo.

Defende o subjetivismo, numa posição psicologista, que o "o homem é a medida de todas as coisas". Só há verdades para um sujeito, tanto como indivíduo como para o sujeito geral, o gênero humano.

Por sua vez, afirma o relativismo que nosso conhecimento só é verdadeiro em relação a nós, só é possível o Conhecimento dentro das nossas limitações, inclusive as externas, não se restringindo ao psicologismo do subjetivismo. A nossa possibilidade de conhecimento é relativa a influência do meio em que vivemos, do ambiente cultural em que vivemos. Uma paisagem vista a olho nu ou por intermédio de um binóculo são duas verdades diferentes.

 O subjetivismo teve sua primeira posição histórica com os Sofistas, e o relativismo como teoria com Pitágoras.

Modernamente vamos encontrar o relativismo com Osvaldo Spengler.Uma posição moderna de cepticismo vamos constatar no pragmatismo de William James. Para os pragmáticos não é possível haver concordância entre o sujeito e o objeto, este conceito de verdade é inválido. Só é verdadeiro o que é útil, o que é prático, pois o ser humano é um ser prático por excelência, um ser de ação. Só é verdade o que aproveita à vida. O pensamento não existe para se conhecer a verdade, e sim para orientar o homem na sua realidade prática. Efetivamente tal teoria nega a esfera da lógica, não reconhece a autonomia do pensamento.

Finalmente, uma posição que pretende ser a síntese entre a tese dogmática e a antítese céptica. Chama-se Criticismo.

O Criticismo, de um lado aceita a possibilidade do conhecimento, está convencido de que há uma verdade, por outro lado desconfia de todo conhecimento determinado. Sua posição não é dogmática, nem céptica, mas sim reflexiva e crítica. Estaria entre a temeridade dogmática e o desespero céptico.

Esta posição crítica já vemos delineada em Platão, em Aristóteles, nos estóicos, mais recentemente em Descartes e Leibnitz, mais ainda em Locke e Hume. Mas aquele que é considerado o verdadeiro fundador do Criticismo é Emanuel Kant.

O Criticismo é "aquele método de filosofar que consiste em investigar as fontes das próprias afirmações e objeções e as razões em que as mesmas se baseiam, método da esperança de se chegar a certeza."

É evidente que quando se pretende ter uma Teoria do Conhecimento, admite-se "a priori" a possibilidade desse conhecimento, por menor que seja. O que se pretende quando se estuda a Teoria do Conhecimento é pesquisar seus pressupostos, suas condições, um exame crítico dos fundamentos do conhecimento humano.

Eis porque atingindo o homem a idade adulta da razão não pode aceitar teses dogmáticas, eis porque o Rito Moderno se afirma como adogmático. Para o Rito Moderno o homem não é mais a criança de seus primórdios históricos, não é mais o homem primitivo que aceitava verdades dogmáticas, baseadas no medo, na ignorância, na autoridade "ex-cathedra".

O homem é um ser livre para pensar, refletir, criticar, como afirma o princípio Maçônico da busca incessante da Verdade.

Protistas

PROTISTAS


CÉLULAS DE PROTISTAS

            Os protistas são as algas unicelulares e os protozoários. A célula de um protista é semelhante às células de animais e plantas, mas há particularidades. Os plastos das algas são diferentes dos das plantas quanto à sua organização interna de membranas fotossintéticas. Ocorrem cílios e flagelos para a locomoção. Alguns protozoários, como certas amebas, têm envoltórios protetores, as tecas. Os radiolários e heliozoários possuem um esqueleto intracelular composto de sílica. Os foraminíferos são dotados de carapaças externas feitas de carbonato de cálcio. As algas diatomáceas possuem carapaças silicosas. Os protistas podem ainda ter adaptações de forma e estrutura de acordo com o seu modo de vida: parasita, ou de vida livre.
            Segundo a classificação do mundo vivo em cinco reinos ( Whittaker – 1969 ), um deles, o dos Protistas, agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino se colocam as algas inferiores: euglenófitas, pirrófitas ( dinoflagelados ) e crisófitas (diatomáceas ), que são Protistas autótrofos (fotossintetizantes). Os protozoários são Protistas heterótrofos.
            Protozoários são seres microscópicos, eucariontes e unicelulares. Quando dividimos os seres vivos em Animais e Vegetais, os protozoários são estudados no Reino Animal e os fitoflagelados – que são protozoários – são estudados no Reino Vegetal. Os protozoários constituem um grupo de eucariontes com cerca de 20 mil espécies. É um grupo diversificado, heterogêneo, que evoluiu a partir de algas unicelulares.
            Em alguns casos essa origem torna-se bem clara, como por exemplo no grupo de flagelados. Há registro fóssil de protozoários com carapaças (foraminíferos), que viveram há mais de 1,5 bilhão de anos, na Era Proterozóica. Grandes extensões do fundo dos mares apresentam espessas camadas de depósitos de carapaças de certas espécies de radiolários e foraminíferos. São as chamadas vasas
            Os protozoários são, na grande maioria, aquáticos, vivendo nos mares, rios, tanques, aquários, poças, lodo e terra úmida. Há espécies mutualísticas e muitas são parasitas de invertebrados e vertebrados. Eles são organismos microscópicos, mas há espécies de 2 a 3 mm. Alguns formam colônias livres ou sésseis.
            Muitos protozoários apresentam orgânulos especializados em determinadas funções, daí serem funcionalmente, semelhantes aos órgãos. Suas células, no entanto, podem ser consideradas “pouco especializadas”, já que realizam, sozinhas, todas as funções vitais dos organismos mais complexos, como locomoção, obtenção do alimento, digestão, excreção, reprodução. Nos seres pluricelulares, há divisão de trabalho e as células tornaram-se muito especializadas, podendo até perder certas capacidades como digestão, reprodução e locomoção.
            A célula do protozoário tem uma membrana simples ou reforçada por capas externas protéicas ou, ainda, por carapaças minerais, como certas amebas (tecamebas) e foraminíferos. Há estruturas de sustentação, como raios de sulfato de estrôncio, carapaças calcáreas ou eixos protéicos internos, os axóstilos, como em muitos flagelados.
            O citoplasma está diferenciado em duas zonas, uma externa, hialina, o ectoplasma, e outra interna, granular, o endoplasma. Nesta, existem vacúolos digestivos e inclusões.



DIGESTÃO

            Nas espécies de vida livre há formação de vacúolos digestivos.As partículas alimentares são englobadas por pseudópodos ou penetram por uma abertura pré-existente na membrana, o citóstoma. Já no interior da célula ocorre digestão, e os resíduos sólidos não digeridos são expelidos em qualquer ponto da periferia, por extrusão do vacúolo, ou num ponto determinado da membrana, o citopígio ou citoprocto.




RESPIRAÇÃO

            A troca de gases respiratórios se processa em toda a superfície celular.


EXCREÇÃO

            Os produtos solúveis de excreção podem ser eliminados em toda a superfície da célula. Nos protozoários de água doce há um vacúolo contrátil, que recolhe o excesso de água absorvido pela célula, expulsando-a de tempos em tempos por uma contração brusca. O vacúolo é portanto osmorregulador.


PLÂNCTON


            Corresponde a um conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios, lagos e oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes. No plâncton distinguem-se dois grupos de organismos:
fitoplâncton: organismos produtores (fotossintetizadores), representados principalmente por dinoflagelados e diatomáceas, constituem a base de sustentação da cadeia alimentar nos mares e lagos . São responsáveis por mais de 90% da fotossíntese no planeta.
zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados principalmente por protozoários, pequenos crustáceos e larvas de muitos invertebrados e de peixes.


CLASSIFICAÇÃO

            A classificação dos protozoários baseia-se fundamentalmente nos tipos de reprodução e de organelas locomotoras. A locomoção se faz por batimento ciliar, flagelar, por emissão de pseudópodos e até por simples deslizamento de todo o corpo celular. Em alguns ciliados há, no lugar do citoplasma, filamentos contráteis, os mionemas. Os pseudópodos, embora sendo expansões variáveis do citoplasma, podem se apresentar sob diferentes formas.
            Na tendência moderna, os protozoários estão incluídos no Reino Protista, subdivididos em quatro filos:



RIZÓPODES OU SACORNÍCEOS

            São marinhos, de água doce ou parasitas. Têm um ou mais núcleos, vacúolos digestivos e vacúolos contráteis (apenas nos de água doce).
            São amebas (“nus”); radiolários e foraminíferos (têm carapaças com formas bastante vistosas, feitas de calcário ou de sílica - importantes indicadores da existência de jazidas de petróleo).
            Os Rizópodes caracterizam-se por apresentarem pseudópodes como estrutura de locomoção e captura de alimentos.
            Podem ser de vida livre ou parasitas (Entamoeba histolytica).

           
            As amebas de vida livre que vivem em água doce apresentam vacúolo contrátil ou pulsátil para osmorregulação, eliminando o excesso de água que vai entrando no seu citoplasma (hipertônico), vindo do ambiente mais diluído (hipotônico).
            Em condições desfavoráveis, por exemplo sujeita à desidratação, a Entamoeba produz formas de resistência, os cistos, com quatro núcleos no seu interior (partição múltipla).
            A reprodução assexuada é por bipartição simples ou cissiparidade.
            Dentre as amebas é importante a Entamoeba histolytica, que parasita o intestino humano, causando a disenteria amebiana ou amebíase.



FLAGELADOS

            Existem flagelados de vida livre (Euglena – possuem clorofila e realizam fotossíntese; podem, também, nutrir-se de forma heterótrofa = zooflagelados), mutualísticos (Trichonympha, no intestino de cupins – fornecem a enzima celulase) e parasitas (Trypanosoma cruzi). Nos coanoflagelados, há uma espécie de colarinho que serve para a captura de partículas alimentares; têm estrutura muito semelhante aos coanócitos, células típicas das esponjas.



CLASSIFICAÇÃO
            A classificação dos protozoários baseia-se fundamentalmente nos tipos de reprodução e de organelas locomotoras. A locomoção se faz por batimento ciliar, flagelar, por emissão de pseudópodos e até por simples deslizamento de todo o corpo celular. Em alguns ciliados há, no lugar do citoplasma, filamentos contráteis, os mionemas. Os pseudópodos, embora sendo expansões variáveis do citoplasma, podem se apresentar sob diferentes formas.
            Na tendência moderna, os protozoários estão incluídos no Reino Protista, subdivididos em quatro filos:
            Devido a isso, há teorias que sugerem uma relação filogenética entre coanoflagelados e esponjas.


           
            A reprodução é sexuada ou assexuada por divisão longitudinal.Por exemplo, em Trypanosoma:
            Podem ter um ou mais flagelos e em alguns há também pseudópodos. No gênero Trypanosoma há uma membrana ondulante que auxilia na locomoção. Este filo tem muitos importantes parasitas humanos:
            - Leishmania braziliensis, Causa a leishmaniose tegumentar.
            - Trypanosoma cruzi. Causa a doença de Chagas.
            - Giardia lamblia. Causa a giardíase (intestinal).
            - Trichomonas vaginalis. Causa a tricomoníase (no aparelho genital).



ESPOROZOÁRIOS

        Não possuem orgânulos para locomoção.
        São todos parasitas e apresentam um tipo de reprodução assexuada especial chamada de esporulação: uma célula divide seu núcleo numerosas vezes; depois, cada núcleo com um pouco de citoplasma é isolado por uma membrana, formando assim vários esporos a partir de uma célula.
Esquizogonia
No ciclo vital apresentam alternância de reprodução assexuada e sexuada.

            O principal gênero é o Plasmodium, com várias espécies causadoras da malária. é importante também o Toxoplasma gondii, causador da doença toxoplasmose, de grande seriedade em mulheres grávidas até o terceiro mês.


CILIADOS

            É o grupo mais altamente especializado. Apresentam cílios, cirros e membranelas. Estas duas últimas estruturas resultam da concrescência de muitos cílios. Entre eles estão os protozoários “gigantes” como os paramécios (Paramecium) muito usados em estudos; aqui estão os protozoários de organização mais complexa. A maioria é de vida livre.

            Além de orgânulos especializados, possuem dois núcleos: macronúcleo (funções vegetativas) e micronúcleo (funções genéticas: hereditariedade e reprodução); apresentam extremidades anterior e posterior; na membrana, a entrada do alimento se dá pelo citóstoma e a saída de resíduos pelo citopígio (= citoprocto).

            O Balantidium coli é a única espécie ciliada parasita do homem (intestino).
            A reprodução sexuada por conjugação consiste no pareamento de dois paramécios, com fusão das membranas e em seguida troca de material genético dos micronúcleos. Depois os paramécios se separam e se reproduzem assexuadamente por cissiparidade.

quarta-feira, 30 de março de 2011

VERBOS: MODO SUBJUNTIVO

É a classe de palavras variáveis em pessoa, número, tempo, modo e voz, que indicam ação(correr), estado(ficar), fenômeno(chover), fato(nascer).

FLEXÕES VERBAIS

Pessoa = varia a forma verbal para indicar a pessoa gramatical a que se refere.

1ª pessoa - orador (que fala)

2ª pessoa - interlocutor (com quem se fala)

3ª pessoa - assunto (de que se fala)

Número = varia a forma verbal para indicar o número de sujeitos a que se refere

Singular - refere-se a um único sujeito. Por exemplo, o menino fala.

Plural - refere-se a mais de um sujeito. Por exemplo, os meninos falam.

Tempo = varia a forma verbal para indicar o tempo em que o fato ocorre.

Presente - indica que a ação acontece durante o momento em que se fala. Por exemplo, eu estudo.

Pretérito - indica que a ação aconteceu antes de se falar. Por exemplo, eu estudei.

Futuro - indica que a ação vai acontecer depois de se falar. Por exemplo, eu estudarei.

Modo = varia a forma verbal para indicar o modo em que ocorre o fato.

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo, eu sempre estudo.

Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo, talvez eu estude amanhã.

Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exemplo, estuda agora, menino.

Além dos três modos verbais, existem as três formas nominais, observe:

Infinitivo - passa a substantivo. Por exemplo, o correr…

Gerúndio - passa a substantivo. Por exemplo, o formando…

Particípio - passa a substantivo ou adjetivo. Por exemplo, o feito… e o trabalho realizado.

Voz = indica se o sujeito pratica ou recebe a ação.

Ativa - o sujeito pratica a ação, por isso é um sujeito agente. Por exemplo, o soldado invadiu o velho casarão.

Passiva - o sujeito sofre a ação, por isso é um sujeito paciente. Por exemplo, o velho casarão foi invadido pelo soldado(forma analítica); invadiu-se um velho casarão(forma sintética ou pronominal).

CIENCIAS VIRUS E BACTERIAS

Vírus

Por existirem muitas divergências sobre se os vírus se enquadram ou não entre os seres vivos, estes "organismos" não estão inseridos em nenhum dos grandes reinos dos seres vivos, daí a necessidade de serem estudados à parte.

Suas principais características são:

- Não possui estruturas celulares (membrana plasmática, citoplasma, etc.).

- São formados basicamente por uma cápsula protéica denominada capsômero que contém em seu interior um só tipo de ácido nucléico: DNA ou RNA, nunca ambos. Alguns vírus mais complexos podem apresentar também lipídios e glicídios presos à cápsula.

- São tão pequenos que podem penetrar no interior das células das menores bactérias que se conhecem, (100 a 1000 Å), portanto são visíveis somente ao M.E.

- Só apresentam propriedades de vida quando estão no interio0s de células vivas. Por isso são considerados parasitas celulares obrigatórios.

Reprodução dos Vírus

Um dos vírus mais estudados é o bacteriófago ou fago, que ataca bactérias reproduzindo-se em seu interior. Estes vírus são inofensivos ao homem e a outros animais.

A forma de reprodução dos vírus dentro de uma bactéria dá-se o nome de reprodução por montagem.

Doenças Causadas por Vírus

Os vírus podem causar doenças em plantas e animais. As principais doenças causadas por vírus que atingem o homem são:

Hidrofobia (Raiva): saliva introduzida pela mordida de animais infectados (o cão, por exemplo). Infecção: o vírus penetra pelo ferimento e instala-se no sistema nervoso. Controle: vacinação de animais domésticos e aplicação de soro e vacina em pessoas mordidas. Sintomas e características: febre, mal-estar, delírios, convulsões, paralisia dos músculos respiratórios (é doença mortal).

Hepatite Infecciosa: transmissão: gotículas de muco e saliva; contaminação fecal de água e objetos. Infecção: o vírus instala-se no fígado onde se multiplica, destruindo células. Controle: injeção de gamaglobulina em pessoas que entram em contato com o doente; saneamento, cuidados com alimentos ingeridos. Sintomas e características: febre, anorexia, náuseas, mal-estar, icterícia (pode ser fatal).

Caxumba: transmissão: contato direto; objetos contaminados; gotículas de saliva. Infecção: o vírus multiplica-se nas glândulas parótidas; eventualmente localiza-se em outros órgãos, como ovários e testículos. Controle: vacinação. Sintomas e características: parotidite (infecção das parótidas), com inchaço abaixo e em frente das orelhas (pode tornar a pessoa estéril se atingir os testículos ou os ovários).

Gripe: transmissão: gotículas de secreção expelidas pelas vias respiratórias. Infecção: o vírus penetra pela boca ou pelo nariz, localizando-se nas vias respiratórias superiores. Controle: nenhum. Sintomas e características: febre, prostração, dores de cabeça e musculares, obstrução nasal e tosse.

Rubéola: transmissão: gotículas de muco e saliva; contato direto. Infecção: o vírus penetra pelas vias respiratórias e se dissemina através do sangue. Controle: aplicação de imunoglobulina (com efeito protetor discutível). Sintomas e características: febre, prostração, erupções cutâneas (em embriões provoca a morte ou deficiências congênitas).

Varíola: transmissão: gotículas de saliva; objetos contaminados e contato direto. Infecção: o vírus penetra pelas mucosas das vias respiratórias e dissemina-se através do sangue; finalmente, atinge a pele e as mucosas, causando lesões. Controle: vacinação. Sintomas e características: febre alta e erupções cutâneas (geralmente deixando cicatrizes na pele; pode ser fatal).

Sarampo: transmissão: contato direto e indireto com secreções nasofaríngeas da pessoa doente. Infecção: o vírus penetra pelas mucosas das vias respiratórias e dissemina-se através do sangue. Controle: vacinação. Sintomas e características: febre alta, tosse, vermelhidão por todo o corpo (pode ser fatal em crianças).

Febre Amarela: transmissão: Picada de mosquitos, entre os quais se destaca o Aedes aegypti. Infecção: o vírus penetra através da pele, dissemina-se pelo sangue e localiza-se no fígado, na medula óssea, no baço e em outros órgãos. Controle: vacinação e combate aos mosquitos transmissores. Sintomas e características: febre alta, náuseas, vômitos, calafrios, prostração e pele amarelada (pode ser fatal).

Poliomielite: transmissão: alimento e objetos contaminados; secreções respiratórias. Infecção: o vírus penetra pela boca, multiplica-se no intestino, dissemina-se pelo sangue e instala-se no sistema nervoso central, onde destrói os neurônios. Controle: vacinação. Sintomas e características: paralisia dos membros; em muitos casos ocorrem apenas febres baixas e indisposição, que logo desaparecem sem causar problemas (provoca deficiência física).

AIDS (Síndrome da Imuno-Deficiência Adquirida): transmissão: sangue, esperma e muco vaginal contaminados. Infecção: o vírus penetra no organismo através de relações sexuais, uso de agulhas de injeção contaminadas ou transfusões de sangue infectado; ataca o sistema imunológico. Controle: uso de preservativos (Camisinha-vénus) nas relações sexuais e de agulhas descartáveis ou esterilizadas; controle rigoroso, por parte dos bancos de sangue da qualidade do sangue doado; ainda não existem remédios ou vacinas eficazes contra a doença. Sintomas e características: febre intermitente, diarréia, emagrecimento rápido, inflamação dos gânglios linfáticos, doenças do aparelho respiratório, infecções variadas, câncer de pele (doença mortal em 100% dos casos).

Agentes Antivirais Licenciados Pela FDA (Food and Drogs Administration)

Drogas

Nome Comercial ®

Ano

Indicação

Metisazona

Marboran

1960

Profilaxia da varíola.

Idoxuridina

Stoxil, Herplex, Dendrid, Pomada oftálmica, IDU

1962

Ceratite por vírus herpes simplex (HSV).

Amantadina

Symetrel

1966-1976

Profilaxia da influenza A cepa asiática
Todas as cepas de vírus influenza A.

Vidarabina

Vira-A

1976-1978

Ceratite por HSV
Encefalite por HSV; Infecção disseminada e localizada por HSV em neonatos.

Aciclovir

Zovirax

1982

Infecção primária genital por HSV; Infecção mucocutânea por HSV em hospedeiro imunodeprimido.

Trifluridina

Viroptic

?

Ceratite por HSV.

Interferon A

Intron A

?

Hepatite C.

Ribavirin

Viramid
Rebetol

1986
1998

Infecção pelo vírus respiratório sincicial
Hepatite C.

Zidovudina, AZT

Retrovir

1987

AIDS

Ganciclovir

DHPG

1989?

Retinite por CMV em aidéticos.

Didanosina, ddI

Videx

1991

AIDS

Ácido forfono fórmico (FPA)

Foscarnet

1991

Retinite por CMV em aidéticos.

Zalcitabina, ddC

HIVID

1992

AIDS

Stavudina

ZERIT

1994

AIDS

Famciclovir

FAMVIR

1995

VZV

Rimantadina

Flumadine

1995

Influenza

Lamivudina, 3TC

EPIVIR
EPIVIR HBV

1995
1998

AIDS
Hepatite B

Saquinavir

Invirase

1995

AIDS

Cidofovir

Vistide

1995

Retinite por CMV em aidético.

Valaciclovir

Valtrex

1995

HZV em adulto imonocompetente.

Doxorubucin lipossomal

Doxil

1995

Sarcoma de Kaposi em aidético.

Daunorubicin
lipossomal

Daunaxone

1995

Sarcoma de Kaposi em aidético.

Indinavir

Crixivan

1996

AIDS

Ritonavir

Norvir

1996

AIDS

Nevirapina

Viramune

1996

AIDS

Penciclovir

Denavir

1996

Tratamento de herpes labial em adulto.

Nelfinavir

Viracept

1997

AIDS

Delavirdine

Rescriptor

1997

AIDS

Paclitaxel

Taxol

1997

Sarcoma de Kaposi em aidético.

AZT + 3TC

Combivir

1997

AIDS

Efavirenz

Suativa

1998

AIDS

Abacavir

Ziagen

1998

AIDS

Bactérias

São unicelulares e estão entre os menores seres vivos conhecidos. Podem viver isolados ou formar colônias. Provavelmente são os organismos mais abundantes do planeta sendo encontrados em praticamente todos os ambientes.

Quanto a nutrição, podem ser autótrofas ou heterótrofas. As autótrofas podem sintetizar seu próprio alimento através da fotossíntese ou da quimiossíntese. As heterótrofas podem ser saprófitas, simbióticas ou parasitas.

Quanto a forma as bactérias podem ser classificadas: cocos, bacilos, espirilos e vibriões.

Cocos - bactérias de forma arredondada.

Bacilos - bactérias alongadas em forma de bastonetes.

Espirilos - são bactérias espiraladas.

Vibriões - são bactérias em forma de vírgulas.

Quanto a respiração elas podem ser aeróbias ou anaeróbias.

As bactérias tem alto poder de reprodução.

A principal forma de reprodução é a assexuada por divisão binária, bipartição ou cissiparidade. Neste caso um indivíduo se divide originando dois outros idênticos.

As bactérias podem realizar também um processo semelhante a reprodução sexuada típica, chamado conjugação: duas bactérias se ligam através de pontes citoplasmáticas; ocorre então a transferência de DNA de uma bactéria para outra. Por este processo ocorrem recombinações gênicas.

Algumas bactérias podem ser úteis ao homem e são utilizadas na agricultura, e na indústria (produção de iogurte, queijos, vinhos). Na indústria farmacêutica, bactérias do gênero Bacillus são utilizadas na produção de antibióticos. Outras bactérias são agentes causadores de diversas doenças em plantas e animais, inclusive no homem.

São também muito importante ao meio ambiente na decomposição de matéria orgânica, pois ingerem restos de animais e plantas.

Doenças Causadas por Bactérias

Tuberculose: é causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, ataca geralmente os pulmões. Há tosse persistente, emagrecimento, febre, fadiga e, nos casos mais avançados, hemoptise. O tratamento é feito com antibióticos e as medidas preventivas incluem vacinação das crianças - a vacina é a BCG (Bacilo de Calmet-Guérin) - radiografias e melhorias dos padrões de vida das populações mas pobres.

Hanseníase (lepra): transmitida pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium lepra), causa lesões na pele, nas mucosas e nos nervos. O doente fica com falta de sensibilidade na pele. Quando o tratamento é feito a tempo, a recuperação é total.

Difteria (crupe): muitas vezes fatal, é causada pelo bacilo diftérico, atacando principalmente crianças. Produz uma membrana na garganta acompanhada de dor e febre, dificuldade de falar e engolir. O tratamento deve ser feito o mais rápido possível. A vacina antidiftérica está associada à antitetânica e à antipertussis (essa última com a coqueluche) na forma de vacina tríplice.

Coqueluche: doença típica de crianças produzindo uma tosse característica, causada pela bactéria Bordetella pertussis. O tratamento consiste em repouso, boa alimentação e, se o médico achar necessário, antibióticos e sedativos para a tosse.

Pneumonia bacteriana: embora algumas formas de pneumonia sejam causadas por vírus, a maioria é provocada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, que ataca o pulmão. Começa com febre alta, dor no peito ou nas costas e tosse com expectoração. O médico deve ser chamado para iniciar o tratamento com antibióticos e o doente deve ficar em repouso.

Escarlatina: provocada pelo Streptococcus pyogenes. Causa dor de garganta, febre, dores musculares, náuseas e vômitos. As amígdalas ficam inflamadas, com pus, e a língua apresenta pequenas saliências ("língua de framboesa"). Depois disso surgem erupções na pele e manchas vermelho-escarlates. O médico deve ser consultado e o doente tem que ficar em repouso. De modo geral, a evolução é benigna, mas pode haver complicações causadas pela disseminação da infecção para outros órgãos do corpo.

Tétano: produzido pelo bacilo do tétano (Clostridium tetani), pode penetrar no organismo por ferimentos na pele ou pelo cordão umbilical do recém-nascido quando este é cortado por instrumentos não esterilizados. Há dor de cabeça, febre e contrações musculares, provocando rigidez na nuca e mandíbula. Há casos de morte por asfixia. A vacinação e os cuidados médicos (é aplicado o soro antitetânico em caso de ferimento suspeito) são essenciais.

Leptospirose: causada pela Leptospira interrogans, é transmitida pela água, alimentos e objetos contaminados por urina de ratos, cães e outros animais portadores da bactéria. Há febre alta, calafrios, dores de cabeça e dores musculares e articulares. É necessário atendimento médico para evitar complicações renais e hepáticas.

Tracoma: inflamação da conjuntiva e da córnea que pode levar à cegueira, é causada pela Chlamydia trachomatis. Surgem bolhas nos olhos e granulações nas pálpebras. É necessário pronto atendimento médico. A prevenção inclui uma boa higiene pessoal e o tratamento é feito com sulfas e antibióticos.

Disenterias bacilares: constituem a principal causa de mortalidade infantil nos países subdesenvolvidos, onde as casses mais pobres vivem em péssimas condições sanitárias e de moradia. São doenças causadas por diversas bactérias, como a Shigella e a Salmonella, e pelos colibacilos patogênicos. Transmitidas pela ingestão de água e alimentos contaminados, exigem pronto atendimento médico. A profilaxia só pode ser feita através de medidas de saneamento e melhoria das condições socioeconômicas da população.

Gonorréia ou blenorragia: causada por uma bactéria, o gonococo (Neisseria gonorrhoeae), transmite-se por contato sexual. Provoca dor, ardência e pus urinar. O tratamento deve ser feito sob orientação médica, pois exige o emprego de antibióticos.

Sífilis: provocada pela bactéria Treponema pallidum, é transmitida, geralmente, por contato sexual (pode passar também da mãe para o feto pela placenta). Um sinal característico da doença é o aparecimento, próximo aos órgãos sexuais, de uma ferida de bordas endurecidas, indolor (o "cancro duro"), que regride mesmo sem tratamento. Entretanto, essa regressão não significa que o indivíduo esteja curado, sendo absolutamente necessários diagnóstico e tratamento médicos. Sem tratamento, a doença tem sérias conseqüências, atacando diversos órgãos do corpo, inclusive o sistema nervoso, e provocando paralisia progressiva e morte.

Meningite meningocócica: infecção das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula). Pode ser provocada por vírus, mas a forma mais comum de meningite é causada por uma bactéria - o meningococo. Os sintomas iniciais são febre alta, náuseas, vômitos e rigidez dos músculos da nuca. O doente não consegue encostar o queixo no peito e deve ser hospitalizado imediatamente, sendo submetido a tratamento por antibióticos, pois a doença pode ser fatal. Como é transmitida por espirro, tosse ou fala, é importante a notificação à escola caso uma criança a contraia.

Cólera: doença causada pela bactéria Vibrio cholerae (vibrião colérico), que se instala e se multiplica na parede do intestino delgado, produzindo substâncias tóxicas e provocando uma forte diarréia. As fezes são aquosas e esbranquiçadas (parecendo água de arroz), sem muco ou sangue. Ocorrem também cólicas abdominais, dores no corpo, náuseas e vômitos.

O grande perigo está na rápida desidratação provocada pela diarréia: o doente pode perder de um a dois litros de líquido por hora. Como conseqüência, o doente apresenta muita sede, cãibras, olhos encovados e pele seca, azulada e enrugada. Se o processo continuar, pode haver rápida insuficiência renal e morte em 24 horas ou menos. Por isso, é preciso procurar logo atendimento médico para que a perda de água seja controlada através de reidratação endovenosa com soro e antibióticos.

Mais de 90% das pessoas que contraem o cólera permanecem assintomáticos, isto é, não chegam a adoecer, podendo sofrer apenas uma diarréia branda (embora possam transmitir a doença por mais de trinta dias). A doença é contraída através da ingestão de água ou alimentos contaminados, crus ou mal cozidos (a bactéria morre em água fervida e em alimentos cozidos).

Embora haja vacinas contra o cólera, sua eficácia é apenas parcial (em geral, cerca de 50%) e dura poucos meses. Por isso, a doença somente pode ser erradicada através de medidas de higiene e saneamento básico.

Febre tifóide: causada pela Salmonella typhi, provoca úlceras no intestino, diarréia, cólica e febre. O tratamento é feito com antibióticos. A prevenção inclui vacinas e melhoria das condições sanitárias da população.

terça-feira, 29 de março de 2011

Numbers

0 zero
1 one
2 two
3 three
4 four
5 five
6 six
7 seven
8 eight
9 nine
10 ten
11 eleven
12 twelve
13 thirteen
14 fourteen
15 fifteen
16 sixteen
17 seventeen
18 eighteen
19 nineteen
20 twenty
21 twenty-one
30 thirty
40 forty
50 fifty
60 sixty
70 seventy
80 eighty
90 ninety
100 a/one hundred

O ESPACO GEOGRAFICO BRASILEIRO NO PERIODO COLONIAL

A divisão política atual, em países, é produto das mudanças no espaço geográfico ao longo da história da humanidade.A revolução agrícola, ou Neolítica, representam o marco onde os homens abandonam a vida nômade, caracterizada pela caça e pela coleta e passam a domesticar os animais e a cultivar a terra.Esse espaço natural é transformado pelos homens através de seu trabalho.Essa sedentarização do homem,ou seja, fixação em um determinado local,resulta no surgimento dos primeiros núcleos populacionais,sociedades mais complexas,origem das cidades.A divisão do trabalho,o avanço da técnica,o surgimento das ferramentas mais sofisticadas resultaram em um quantidade maior de excedente,provocando uma divisão do trabalho,o surgimento de uma elite administrativa e burocrática,que centraliza cada vez mais o poder.Esse processo resulta no surgimento das primeiras cidades-estado.

Essa ocupação permanente do espaço resultaram em relações sociais mais complexas e estáveis,surge à propriedade privada,a elite se perpetua em quanto classe através dos reis,escribas,sacerdotes,militares.Etc.Os territórios das cidades-estado tendem a se expandir,através das conquistas militares.O império Romano é o exemplo disso,pois através do poderio bélico Roma anexou econômica,politicamente e socialmente o mundo ocidental ao mundo oriental então conhecido.Com o declínio do império romano uma nova forma de organização do espaço toma conta da Europa,os feudos,prevalecendo ao oposto do império Romano a descentralização política,tendo como base a propriedade da terra por parte da nobreza.A propriedade feudal tem sua produção voltada para o consumo interno,esse período histórico é marcado por uma forte retração comercial.

O renascimento comercial do final da idade-média resulta em grandes mudanças na organização econômica,política,cultural e social na Europa.Grandes feiras-livres de especiarias e produtos vindos do oriente dão origem a cidades,como Paris,a Europa passa por um processo de reurbanização e as fronteiras nacionais começam a ficar mais claras com surgimento das monarquias absolutistas, que representa a centralização do poder nas mãos dos reis com o apoio da burguesia nascente.Nascem os estados nacionais europeus,contudo,as mudanças políticas influíram sempre na dinâmica das mudanças territoriais até os nossos dias.

Estados nacionais como o espanhol e o português se fortalecem no comércio internacional de especiarias ao se lançaram na busca de novas rotas para a índia,Colombo descobre a América em missão da coroa espanhola,está aberto à expansão marítima,a era do descobrimento trás consigo uma mudança no espaço territorial mundial,descobrem-se sob o olhar do europeu novos continentes.É nesse período histórico que se dá o forte processo de acumulação primitiva de capital,que posteriormente contribui para o fortalecimento do capitalismo europeu.Essa acumulação primitiva de capital só foi possível devido ao forte processo de exploração que as metrópoles européias submetiam as suas colônias no novo mundo,retirando seu ouro,prata,cobre e tudo mais o que fosse possível vender.

É com a Revolução Francesa,em 1789,que o conceito de nação baseado na unidade política se desenvolveu.A burguesia detentora do poder econômico arrancou de forma revolucionária o poder político da nobreza e do clero,tendo seus ideais sido propagados pelos quatro cantos do planeta.A questão das fronteiras estáveis e rigidamente estabelecidas ,como forma de controle político e econômico,ampliando o conceito de Estado,até então mais identificado com questões culturais ,agregando a noção de estado uma concepção política.A questão do estado passa a ser a partir daí um dos principais valores da classe burguesa da Europa ocidental.

Com a Revolução industrial tem começo um forte processo de urbanização do espaço,incrivelmente acelerado,sendo que a taxa de população inglesa urbana ultrapassa a taxa de população rural.Esse processo alastra-se rapidamente por toda a Europa.Com o aparecimento das fábricas,o espaço passa a se organizar de forma diferente,o que resultou no aparecimento das cidades industriais.Em pouco tem a Inglaterra tornou-se a nação mais poderosa do mundo,conquistado a maior parte dos territórios da áfrica e Ásia,etc, através de seu poder político.É promovida uma verdadeira partilha colonial entre os imperialismo europeus,devemos destacar o capitalismo francês e alemão desenvolvidos em um segundo período da revolução industrial.A busca por territórios,que representavam novos mercados para a crescente capacidade produtiva.Essas tenções entre as nações européias,em especial entre a Inglaterra e a Alemanha que já superava a primeira no cenário econômico mundial sãos os embriões que pariram a primeira grande guerra mundial .

Com a primeira guerra mundial nasce à supremacia econômica norte-americana,a configuração territorial tem novas mudanças com o fim dos impérios Austro-Húngaro,originando a Tchecoslováquia ,Hungria e Polônia.O império russo caí dando lugar à união soviética e ao primeiro estado operário da história,no oriente médio tem o fim do império Turco Otomano.A paz humilhante imposta à Alemanha,a crise econômica de 29,será um terreno fértil para o nazi – fascismo resultando já nos germes da segunda grande guerra mundial.Após,o término da guerra em 45 estala-se uma nova ordem,de bipolaridade entre o capitalismo e o socialismo.

MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS

O conjunto dos números inteiros surgiu da necessidade de o homem manipular valores negativos, relacionados a assuntos comerciais e financeiros. Nesse conjunto, cada número inteiro positivo possui sua representação negativa. Na multiplicação de números inteiros, devemos seguir algumas condições de acordo com o sinal dos números. Nessas operações o jogo de sinal é usado de forma sistemátic, de acordo com o seguinte quadro de sinais:

( + ) * ( + ) = +
( + ) * ( – ) = –
( – ) * ( + ) = –
( – ) * ( – ) = +



Os dois números possuem o mesmo sinal.

Número positivo multiplicado por número positivo

(+ 3) * (+ 7) = + 21
(+ 5) * (+ 9) = +45
(+ 21) * (+ 10) = + 210
(+ 4) * (+ 9) = +36
(+ 8) * (+ 10) = +80
(+ 22) * (+ 5 ) = +110


Número negativo multiplicado por número negativo

(– 9) * (– 5) = + 45
(–12) * (– 4) = + 48
(– 3) * (– 7) = +21
(– 8) * (– 9) = +72
(– 10) * (– 7) = +70
(–12) * (–5) = +60


O dois números possuem o sinal diferente

Número positivo multiplicado por negativo e vice-versa

(+ 7) * (– 9) = – 63
(– 4) * (+ 7) = – 28
(– 6) * (+ 7) = – 42
(+ 8) * (– 6) = – 48
(+ 6) * (– 5) = –30
(–120) * (+ 3) = – 360



Vale ressaltar que o elemento neutro da multiplicação é o número 1 (um). Veja:

(+ 1 ) * ( + 96) = + 96
(–1) * (–98) = + 98
(– 14) * (+ 1) = – 14
(–1) * (+ 9) = – 9
(+ 2) * (+ 1) = +2
(–32) * (–1) = +32

Podemos verificar que na multiplicação de números inteiros ao multiplicamos números com sinais iguais, temos que o resultado é um número positivo, e quando multiplicamos números com sinais diferentes, o resultado é um número negativo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

ESPANHOU FRASES FORMAIS E INFORMAIS


Para terminar la carta Despedida
Formal Quedo a la espera de sus noticias.
No dude en ponerse en contacto con nosotros.
Agradeciendo con antelación su interés.
Les saluda atentamente,
Atentamente,
Informal No te olvides de dar recuerdos a todos por allí de mi parte.
A ver si nos vemos pronto.
Besos
Un abrazo.

Acrostico com homenagem a Salvador (Mat: Portugues)

Salva
Amorosa
Linda
Venerada
Adorada
Divina
Original
Rica

Resumo sobre o FILME BULLY

Eu entendir que o garoto tinha acabado de se mudar para uma nova cidade, por que o pai dele tinha acabado de morrer .
Ele não sabia que a escola seria rui,
ele comessou a sofrer de BULLY. Procurou na internet pessoas que sofrião, de BILLY ele encontrou uma garota que sofria.
Eles comesaram a sair e namoraram, ela sofria por que os pais delam eram imigrantes e era chingavam-a diariamente na escola.
Ele contava o que acontecia com ele e ela contava tudo a ele.
Ele foi obrigado a beber fumar maconha .
Um dia as colegas que agrediao ela ate desmaia.
Ai ele tomou coragem e contou tudo a mãe.


TEMOS ESTE CASSO RECENTE DE BULLY
Bullyng - Bullying é um termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.

terça-feira, 22 de março de 2011

GEOGRAFIA 22/03/11

SOCIEDADES INDÍGENAS E A AÇÃO DO GOVERNO

2. A POLÍTICA INDIGENISTA

A política indigenista brasileira tem procurado acompanhar, ao mesmo tempo, a evolução dos estudos antropológicos e as demandas específicas das comunidades indígenas brasileiras. A seguir são indicados pontos centrais dessa política.

Reconhecimento da diversidade cultural

Até meados da década passada, prevalecia o cunho integracionista das legislações nacionais de proteção às populações indígenas. Da mesma forma, no plano internacional, a Convenção nº 107 da Organização Internacional do Trabalho (concluída em 1957) igualmente tratava a questão indígena sob um prisma essencialmente integracionista.

Na ótica integracionista, as sociedades indígenas eram vistas como um estágio primitivo e inicial de um processo unilinear de evolução. A condição de índio correspondia, assim, a um estado necessariamente transitório, que desapareceria na medida em que os grupos indígenas fossem gradual e harmoniosamente incorporados às sociedades nacionais. O integracionismo encara, portanto, as sociedades indígenas como um fenômeno cultural em vias de extinção e sem possibilidades de permanência e de reprodução.

Mais recentemente, contudo, com a superação progressiva do monopólio intelectual do evolucionismo no pensamento antropológico, as sociedades indígenas passaram a ser reconhecidas como realidades culturais diferenciadas, capazes de reproduzir estilos próprios de organização e desenvolvimento.

No plano político, essa nova postura se refletiria na afirmação crescente do direito das populações indígenas de verem respeitada a sua diversidade cultural. O discurso integracionista começou assim a ceder espaço, nas legislações internas e no campo internacional, ao reconhecimento da realidade pluriétnica dos estados nacionais e do direito das populações indígenas de verem realizadas suas aspirações culturais de desenvolvimento diferenciado (etnodesenvolvimento). A diversidade cultural passa a ser encarada, nesse prisma, como um fator de enriquecimento cultural da nacionalidade.

No plano internacional, essa nova visão se cristalizou na Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho, concluída em 1989. O Governo envidará esforços para ratificar esta Convenção.

A afirmação do direito à diversidade cultural importa a reivindicação pelas populações indígenas de um espaço político próprio no seio do Estado e da nacionalidade. A conquista desse espaço supõe, por sua vez, o reconhecimento de níveis crescentes de participação das comunidades indígenas nas decisões que tenham impacto sobre o seu modo de vida.

Até a década de 70 supunha-se como fatal, no Brasil, a integração progressiva das populações indígenas à comunhão nacional. A própria redução do contingente populacional indígena, que em 1957 caíra a algum número entre o mínimo de 68.100 e o máximo de 99.700 indivíduos segundo a estimativa feita por Darcy Ribeiro, parecia indicar a inevitabilidade de uma rápida extinção das tribos remanescentes e de sua assimilação na população mestiça.

O que se verificou, no entanto, é que apesar de todas as pressões assimilacionistas, os grupos indígenas não se desfizeram no corpo da população mestiça. Ao contrário, seu contingente populacional vem-se recuperando progressivamente, a ponto de ter alcançado atualmente um número em torno de 330 mil pessoas. Os grupos indígenas brasileiros têm logrado manter nas últimas décadas uma taxa de reprodução superior à da média nacional. Ao contrário do que se previra, o índio brasileiro não se transformou em branco, nem foi totalmente exterminado, mas iniciou nas últimas décadas um lento e seguro processo de recuperação demográfica para o qual terá contribuído, em grande medida, a demarcação ainda inconclusa das áreas e a prestação de serviços assistenciais pelo Estado.

Os grupos indígenas transmutam-se, reelaborando os elementos de sua cultura num processo sempre contínuo de transfiguração étnica. Continuam, entretanto, identificando-se e sendo identificados como indígenas. Ao invés de sua extinção ou assimilação, o que se tem verificado nas últimas décadas é a vigorosa resistência da identidade étnica dos grupos indígenas brasileiros independentemente do grau de interação que os diferentes grupos experimentam com a sociedade envolvente.

A Constituição Federal de 1988 reconhece as sociedades indígenas e suas formas de organização social, línguas, costumes, crenças e tradições, promovendo portanto a valorização da identidade cultural diferenciada. Essa é, portanto, a base da atual política indigenista.

Terras Indígenas

As terras indígenas no Brasil cobrem no total uma extensão de 946.452 quilômetros quadrados, correspondendo a cerca de 11,12% do território nacional. Em termos de comparação, numa extensão contínua, correspondem aos territórios da França e da Inglaterra tomados conjuntamente, ou a mais de duas vezes a extensão do estado da Califórnia. As 554 áreas indígenas reconhecidas pela FUNAI abrigam uma população indígena estimada em cerca de 330 mil pessoas.

O problema da terra é o eixo central da questão indígena. A noção de território para as sociedades indígenas é muito mais do que simples meio de subsistência. A terra representa o suporte da vida social e está diretamente ligada ao sistema de crenças e de conhecimento. O conceito de território está ligado à história cultural do grupo, a seu universo mitológico, às relações de família, ao conjunto das interações sociais, e ao sistema de alianças políticas e econômicas entre aldeias de um mesmo grupo. O território sustenta a trama da vida cultural de cada grupo. A garantia da terra é por isso condição essencial para assegurar a sobrevivência dos índios como grupos etnicamente diferenciados da sociedade nacional.

Por um lado, os grupos indígenas do Sul, Leste, Nordeste e parte do Centro-Oeste, em contato antigo com a sociedade nacional, encontram-se na sua grande maioria acantonados em pequenas glebas que são a parte remanescente de seus antigos territórios. Trata-se na grande maioria de grupos altamente aculturados e que participam, com forte grau de interação, da economia rural das regiões onde vivem.

E por outro lado, o mapa das terras indígenas na Amazônia e parte do Centro-Oeste revela na extensão das áreas o padrão mais recente de contato e de preservação do espaço cultural dos grupos.

A Constituição de 1988 assegurou aos indígenas os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Essas terras destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

Demarcação de terras indígenas
A demarcação das terras indígenas envolve as seguintes etapas:

* identificação – que consiste na elaboração pela FUNAI da proposta de criação de uma área indígena, a partir da localização de um grupo específico e da realização de estudos etno-histográficos, demográficos e sociológicos e do levantamento cartográfico e fundiário da região onde se encontram. A proposta da FUNAI é publicada, e terceiros interessados têm noventa dias para apresentar suas eventuais objeções, com todas as provas de que dispuserem. Havendo contestações, a FUNAI elabora parecer, e encaminha a proposta de demarcação, devidamente instruída, à aprovação pelo Ministro da Justiça;

* demarcação – aprovando a proposta da FUNAI, o Ministro da Justiça baixa portaria declarando a área de ocupação indígena e a manda demarcar com a colocação física de sinais de delimitação. Essa é a etapa que envolve maiores custos operacionais, tendo em vista sobretudo a longa extensão do perímetro das áreas a demarcar. Durante o procedimento de demarcação, o órgão fundiário federal deve proceder ao reassentamento dos ocupantes não-índios;

* homologação – que consiste na ratificação formal do procedimento de demarcação e dos limites da área indígena mediante a expedição de decreto pelo Presidente da República. As áreas homologadas são registradas como propriedade da União em livro próprio na Secretaria do Patrimônio e no cartório da comarca em que se localizam;

* regularização fundiária – que consiste na completa desintrusão das áreas da presença de ocupantes não-índios, e o saneamento das freqüentes pendências judiciais envolvendo títulos de propriedade incidentes sobre as áreas indígenas e a manutenção de posse por terceiros.

As áreas indígenas somente se consideram regularizadas quando estejam devidamente registradas e desintrusadas. O órgão de proteção aos índios deve além disso manter sobre elas uma permanente vigilância e fiscalização, para coibir intrusões posteriores.

Das 554 áreas indígenas conhecidas no país, um total de 220 encontram-se demarcadas, homologadas e registradas, cobrindo uma extensão de 436.400 quilômetros quadrados ou seja 47,24% do total das terras. Há 275 áreas já demarcadas. Restam portanto por demarcar um total de 279 áreas. Dentre essa áreas por demarcar, 133 já estão identificadas ou em processo de identificação.

Cabe notar que, dentre as áreas já demarcadas, muitas ainda se encontram parcialmente ocupadas por fazendeiros, posseiros, madeireiras, arrendatários, mineradoras e garimpeiros. O Governo tem desenvolvido ações específicas de retirada de pessoas não indígenas dessas terras, e deverá intensificá-las.

A solução do decreto nº 1.775/96

O decreto 1775/96 mantém, em linhas gerais, o modelo demarcatório do Decreto 22. Estabelece, no entanto, que desde o início da identificação das terras até 90 dias após a data da publicação no Diário Oficial da União do relatório da FUNAI - onde se identifica o perímetro da área em demarcação - os interessados poderão apresentar perante o órgão de proteção ao índio dois tipos de defesas: (1) de que a parte da área que ele alega ser sua, não pode ser abrangida pelas terras indígenas; (2) de que a indenização das suas benfeitorias não está correta. Passados os 90 dias, a FUNAI tem um prazo de 60 dias para emitir um parecer sobre as alegações que foram apresentadas.

O processo é, então, encaminhado, devidamente instruído, ao Ministro da Justiça que, no prazo de 30 dias decide da seguinte maneira em relação à identificação:

* rejeita todas as alegações dos interessados e declara identificada a gleba tal qual foi publicada no relatório;

* determina novas diligências, que deverão ser realizadas no prazo de 90 dias;

* desaprova a identificação por não terem sido atendidos os requisitos constantes do parágrafo 1º do art. 231 da Constituição Federal. Note-se que esta é a única hipótese em que o Ministro pode rejeitar uma proposta de demarcação.

Observe-se ainda que os interessados agora podem defender seus pontos de vista diante da Administração Pública, mas sem que esta faculdade possa ser utilizada para meramente adiar sine die o processo demarcatório. Esta é a função dos prazos estipulados no decreto nº 1.775/96.

As terras indígenas demarcadas após 1988 (115 áreas) e que já foram objeto de registro nos órgãos competentes, num total superior a 26 milhões de hectares, incluindo as terras dos índios Yanomami, não poderão ser contestadas. Nesses casos, esgotou-se o processo demarcatório.

Da mesma forma, as terras ainda não registradas poderão ser mantidas com seus limites atuais, caso não sejam acolhidas as alegações de prejuízos de terceiros. O importante é que agora existe a possibilidade de se ouvirem os interessados potencialmente atingidos. Por isto, o processo demarcatório ganhou mais transparência e consistência jurídica e política, ao afastar a alegação de inconstitucionalidade por desrespeito ao princípio do contraditório.

Proteção do meio ambiente em áreas indígenas. Exploração de madeira e mineração

A manutenção do equilíbrio ecológico nas terras indígenas e no seu entorno é condição necessária à sobrevivência física e preservação cultural das comunidades. As terras indígenas têm sido alvo, no entanto, de fortes pressões externas e internas resultantes da exploração florestal, arrendamentos, intrusões de posseiros, projetos de colonização, construção de estradas, hidrelétricas, mineração e exploração de garimpos.

Em algumas áreas, a sobre-exploração de recursos naturais promovida pelos próprios índios (garimpagem de ouro e exploração de mogno) vem sendo responsável por rápida degradação do meio ambiente.

Levantamento de interferências realizado pelo Serviço do Meio Ambiente das Terras Indígenas (SEMATI/FUNAI) em 1990 indicou que, além das interferências externas de projetos de desenvolvimento (construção de barragens, usinas, linhas de transmissão, estradas, ferrovias), vem ocorrendo intensa exploração florestal em 50 áreas indígenas e exploração mineral em outras 14.

Diante desse quadro, a União vem promovendo medidas para assegurar o equilíbrio ecológico das terras indígenas e do seu entorno, mediante programas de diagnóstico ambiental, recuperação de áreas degradadas, controle ambiental das atividades modificadoras do meio ambiente, educação ambiental envolvendo as comunidades indígenas e seus vizinhos, e identificação e difusão de tecnologias adequadas ao manejo sustentado dos recursos naturais. Por força do decreto nº 1.141/94, a execução desses programas deve ser realizada pela FUNAI em coordenação com o Ministério do Meio Ambiente.

Dentre os casos mais notórios de degradação acelerada do meio ambiente em áreas indígenas, menciona-se a invasão da terra indígena Yanomami por garimpeiros, que tem por conseqüência a destruição dos ecossistemas, contaminação por mercúrio dos rios e igarapés, transmissão de doenças, escassez da caça e pesca, desestruturação cultural dos grupos, e altos índices de mortalidade no contato indiscriminado com estranhos. Na área dos Kayapó, a presença de garimpeiros e de madeireiras é estimulada pelos próprios índios, que cobram royalties sobre a produção de ouro e auferem renda sobre a exploração irregular de reservas de mogno.

Situação das terras indígenas

Dentre as conseqüências ecológicas e culturais assinala-se a poluição e assoreamento dos rios, abandono das práticas tradicionais de plantio de subsistência e o surgimento de uma forte estratificação social baseada no acesso à renda do garimpo e da exploração florestal. Os grupos Kayapó são os que têm permitido nos últimos anos a retirada de maior volume de madeira em suas áreas.

Não há levantamentos oficiais sobre o potencial de produção de minério nas terras indígenas. Estima-se, no entanto, que algumas terras indígenas estão assentadas sobre importantes reservas minerais, como é o caso da terra indígena Yanomami.

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas (e também o aproveitamento de recursos hídricos) só podem ser efetivadas com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada a participação nos resultados da lavra, na forma da lei. Contudo, até que o Congresso aprove tal lei, a exploração dos recursos minerais e o aproveitamento dos recursos hídricos existentes nas terras indígenas estarão impossibilitados.

Assistência às populações indígenas na área da educação

A Constituição Federal assegura às populações indígenas a utilização de suas línguas maternas no ensino fundamental e processos próprios de aprendizagem (art. 210 §185 § 2º). O Estado deve igualmente proteger as manifestações das culturas indígenas (art. 215 §185 § 1º).

Cabe ao Estado assegurar às populações indígenas ensino fundamental diferenciado. A escola é, na maioria das vezes, uma instituição estranha à cultura dos índios. Trata-se, no entanto, de um importante meio de acesso a conhecimentos que possibilitam o domínio dos códigos da sociedade ocidental. A educação é por isso condição essencial para que os índios possam estabelecer relações mais simétricas com a sociedade nacional. Por outro lado, essa mesma escola deve representar um espaço de fortalecimento da cultura indígena, através da valorização de seus costumes, tradições e línguas.

Os dados oficiais indicam a existência de cerca de 215 grupos étnicos distintos entre as populações indígenas brasileiras, com 170 línguas autóctones ainda faladas. Esta é a dimensão do patrimônio cultural a proteger.

A população escolar indígena é de cerca de 70 mil alunos. O sistema de atendimento conta atualmente com 785 escolas, dentre as quais muitas geridas diretamente por instituições confessionais ou laicas.

A maioria das escolas indígenas em funcionamento ainda reproduz o sistema escolar da sociedade envolvente. Um processo de educação diferenciado requer a definição de currículos, programas, calendários e material didático específico para cada situação cultural. Outra questão importante é a formação de professores indígenas, o que significa a valorização do próprio índio como reprodutor de processos educacionais.

Nos termos do decreto nº 26, de 4 de fevereiro de 1991, as atribuições governamentais na articulação de um programa nacional integrado de educação indígena é de responsabilidade do Ministério da Educação, em coordenação com a FUNAI.

O Estatuto do Índio estende aos índios o sistema de ensino em vigor no país (art. 48) e assegura a alfabetização bilíngüe (art. 49).

A FUNAI, juntamente com o Ministério de Educação e Cultura, está elaborando programas especiais para a oferta de educação escolar aos índios, de modo que se garanta o atendimento das disposições constitucionais e legais pertinentes.

Assistência às populações indígenas na área da saúde

A situação de saúde das populações indígenas brasileiras de modo geral não difere das condições gerais da população nacional. No caso das populações indígenas, contudo, esse quadro assume características peculiares em função das particularidades étnicas e culturais.

Diagnóstico elaborado pela FUNAI indica que as enfermidades mais comuns entre os índios brasileiros são a malária, oncocercose, leishmaniose, viroses e dermatoses na região amazônica; esquistossomose, leishmaniose, tuberculose e alcoolismo no Nordeste; doença de Chagas, esquistossomose, pênfigo, tuberculose e alcoolismo no Centro-Oeste e Sudeste; tuberculose, doenças crônico-degenerativas, alcoolismo e doenças sexualmente transmissíveis na região

Sul. As doenças diarréicas e as infecções respiratórias agudas constituem uma das primeiras causas de mortalidade, especialmente infantil, entre os grupos indígenas. O alcoolismo, a tuberculose e a desnutrição são igualmente importantes causas de morbidade e mortalidade, principalmente entre os grupos de longa história de contato com a sociedade nacional.

Os condicionantes da situação de saúde das populações indígenas estão ditados pelo padrão de contato com a sociedade nacional. A preservação de seu território é por isso essencial à manutenção das condições de higidez dos grupos.

É igualmente importante a implementação de atividades geradoras de riquezas que possam garantir aos índios meios adequados de sobrevivência, em especial a sustentabilidade alimentar.

A dispersão populacional e a localização em regiões geralmente remotas do território dificultam o acesso pelas populações indígenas aos serviços governamentais de saúde. Soma-se a isso a dificuldade do deslocamento de equipes médicas e de equipamentos, o que faz com que em muitos casos a atenção de serviços de saúde seja praticada de forma descontínua.

A Fundação Nacional de Saúde exerce a responsabilidade de execução, em coordenação com a FUNAI, dos programas de atendimento à saúde dos indígenas. A FUNAI mantém infra-estrutura que conta com 32 casas do índio e 290 enfermarias.

As operações emergenciais de atendimento a grupos específicos normalmente envolvem a conjugação de esforços da FUNAI, Ministério de Saúde, Forças Armadas e entidades não-governamentais, além de canalizarem, quando disponíveis, recursos oriundos de cooperação externa.

Para enfrentar a carência de recursos humanos e as limitações vigentes quanto à contratação de pessoal, a FUNAI firmou convênio com uma Organização Não-Governamental, através do qual foram envolvidos mais de cem profissionais de saúde, que prestam seus serviços em várias regiões do país.